“O que faz uma pessoa tirar a própria vida?”. Foi através desse questionamento que Petruska Menezes, psicóloga e psicanalista, iniciou mais uma edição do programa “Servidor Cidadão”. Em alusão ao Setembro Amarelo, campanha de prevenção contra o suicídio, o evento aconteceu nesta quarta, às 8h, no auditório da Didática VI.
De acordo com Agenda Estratégica de Prevenção ao Suicídio, lançada pelo Ministério da Saúde em 2017, o suicídio é a quarta maior causa de mortes entre jovens de 15 a 29 anos no Brasil. Sendo assim, a palestra intitulada “Sua vida vela ouro: uma reflexão sobre a depressão e o suicídio em tempos modernos” buscou alertar a comunidade universitária e auxiliar as pessoas que não estão se sentindo mentalmente bem.
“Bauman, o sociólogo, fala muito da modernidade líquida, ou seja, relações que são superficiais. Podemos ter mais contato com as pessoas por causa das redes sociais e pelo modelo socioeconômico atual, mas em compensação, falta um aprofundamento dessas relações. Nós somos seres sociais, então precisamos interagir para desenvolver e construir da nossa identidade e, inclusive, fortalecimento do nosso ‘eu’. Quando as relações ficam superficiais, a gente vai ter um processo de adoecimento maior da sociedade”, afirma Petruska.
Para a pró-reitora de Gestão de Pessoas Ednalva Caetano, a palestra chama a atenção para uma realidade que afeta a comunidade universitária. “Nós temos informações e trabalhos publicados nos últimos meses que indicam um crescimento do número de suicídios nas universidades, então sentimos a necessidade de tratar do assunto e trazer especialistas. A ideia é que as pessoas discutam e identifiquem possíveis sinais para que possam fazer os encaminhamentos necessários”, diz.
O evento contou também com a participação de voluntários do Centro de Valorização da Vida (CVV) para exemplificar que pedir ajuda é uma questão fundamental para a prevenção ao suicídio.
“Tudo que a pessoa precisa, às vezes, é conversar. Em 2012, o Ministério da Saúde fez uma pesquisa e detectou que, em lugares que possuem posto do CVV, o índice de suicídio caiu, justamente porque é possível desabafar com um voluntário. Nosso trabalho é uma doação de amor, então nós ouvimos as pessoas através do número 188 - não precisa se identificar - e, quem sabe durante o atendimento, elas se sentem melhor. Há pouco tempo atrás, não se cuidava muito bem da parte psicológica, então a campanha do Setembro Amarelo veio para congregar na área da saúde mental”, afirma Silvia Neves, uma das voluntárias do CVV.
Programa
O Servidor Cidadão, projeto realizado pela Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progep) da UFS, acontece há quatro anos. Em edições mensais, o programa traz temas sugeridos pelos servidores.
“Tem sido extremamente gratificante. Todo trabalho no início tem algumas dificuldades, mas hoje temos um público muito bom e fiel, inclusive que nos cobra. Estamos muito felizes e acho que estamos cumprindo o papel que o programa se propõe, que é despertar a cidadania nas pessoas. Não basta ser somente servidor público, tem que ser também um bom cidadão”, diz Ednalva.
Setembro Verde no HU
Além da luta para o combate ao suicídio e à depressão, o mês de setembro também é marcado por outro movimento: o Setembro Verde, que simboliza a mobilização pela Campanha Nacional para a Doação de Órgãos e Tecidos.
Até o dia 28 de setembro, o Hospital Universitário da UFS irá promover diversas atividades dentro da programação do IV Ciclo de Palestras sobre Doação de Órgãos e Tecidos. Para saber outras informações, clique aqui.
Ascom
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